O dia começou tarde no sábado.
Ou será que o sábado começou tarde no dia?
Uma manhã inteira ligado ao inalador.
Depois alguns telefonemas.
Tudo pronto para domingo.
Só precisava de descanso. O corpo pedia repouso.
Feito.
Um encontro.
Doce encontro.
E para contemplar o fim dele.
Um doce bem doce!
A volta pra casa nas ruas escuras e vazias.
Até bem pouco tempo estava assim a vida.
Mas, aos poucos, cores vão surgindo novamente.
Não que a saudade tenha passado, mas, é que a cabeça tem se acostumado.
Cabeça no travesseiro.
Olhos pregados.
Ansiedade à flor da pele.
...
E ao amanhecer mais cedo que o comum.
Amanhecer antes mesmo do sol resolver acordar.
A certeza de que o dia seria muito longo.
Entre às dez até as vinte, muita correria.
Flashs, cliques, ângulos, linhas, enquadramentos.
E no meio disso tudo, risos, olhos, maquiagens, matos, comida.
E voltava para os cliques.
Ora voltava para os olhos.
E parava.
Sentava.
Mas respirar não dava.
E voltava a correr.
Subia, descia, se pendurava.
Pausa para contemplar o sol descer.
Pausa para clicar as luzes da cidade.
Pausa para olhar olhos novamente.
Clicar.
Arrumar.
Carregar.
Descer o morro.
Sorrir.
Chegando em casa. Banho gelado.
Acordado olhando cada clique por vez.
Acordado olhando cada olho por vez.
Acorda....ahhhh(bocejo)...do.
Dormindo.