terça-feira, 2 de julho de 2013

Resgatando passados...

(20 de Dezembro de 2010)
BASTA UMA ONDA

Olha!
É o mar.
Em seu constante movimento de ir e vir.
Hipnotiza.
Faz sonhar.
Orar.
Chorar.
Sorrir.
Lembrar.
Sim!
Nele nos perdemos, nos achamos.
Por fim, nele, nos chamamos.
Nos dedicamos tanto que quando menos esperamos ele volta a nos derrubar.
Ou a nos levantar.
Aquele que nos perdemos em sua horizontalidade.
Mas que quando o olhamos deciframo-nos internamente.
Pois quando sorrimos, sempre queremos ir em direção a ele.
E quando choramos, o sentimos escorrer em nossos rostos até chegar ao nosso lábio.
Queremos sempre contar as sete ondas para um ano melhor.
Sempre mergulhar de cabeça para lavar a alma.
Mas sempre que o vemos atormentado, fugimos.
Espera, esse é o mar ou o meu peito?
Doce confusão. Ou melhor, salgada!
Pois quando estamos dispostos a sorrir, porém ainda frágeis, basta uma onda, por menor que seja, para nos derrubar.
Em compensação, quando estamos no nosso ápice, a maior delas nos joga nas alturas.
E seguimos assim, nesse constante movimento de, ir e vir.
Mas espera, esse não é o mar?
Que seja, o mar, o meu peito, que seja o que for.
Pois em apenas uma onda eu posso me decifrar, eu posso te decifrar.
Em uma única onda, nós podemos sempre voltar.

domingo, 23 de junho de 2013

Dia 21, 22 e 23.

Dias agradáveis.
Sexta, após quase dois anos, ou até mais de dois anos, sem jogar futebol, fui convidado por um amigo a ir jogar.
Comecei até bem, corri, passe pra gol, tudo pela direita, só pra variar.
Mas ai, depois de uns vinte minutos a perna começou a pesar e as besteiras começaram a ser feitas.
Não é nada fácil se readaptar a jogar.
Mas no fim, vencemos, e ainda participei de mais um ou dois tentos no final e até fiz umas jogadas legais.
Definitivamente jogar bola me faz bem. Cheguei cheio de hematomas em casa, mas nada que me faça não ter gostado da sensação de chutar uma bola novamente.
Sábado, dormi até meio dia.
Acordei já para almoçar.
Tive uma tarde bem agradável. Com sorrisos, brincadeiras, papos "sérios". Divertido.
Triste saber que no fim. Perto de ir embora, pessoas legais surjam e me façam sentir vontade de ficar.
Acontece, é a lei da vida.
Levantar e continuar. Nada de olhar pra trás. Sempre em frente.
Domingo, ainda sem dormir de sábado, deitei por volta das cinto e pouca da manhã. Dormi no sofá como prometido.
Fui acordado às oito pelo gato.
Levantei, troquei a areia, coloquei ração e água e voltei.
Dessa vez não mais para o sofá. Corri para a cama e cai em sono profundo até meio dia e meio.
Ao acordar, novamente direto para o almoço e acabei dominado por uma preguiça gigantesca.
Até umas dezoito horas, sem muitas ideias, sem muita coisa pra fazer.
Eis que surge uma pessoa que me fez sentir coragem de sair de casa.
Conversa agradável, sorvete e açaí, nuggets...
É, definitivamente, esse fim de semana acabei descobrindo motivos para não ir embora. Pena que motivos tardios.
Ficarão, momentos como esses, na memória e presos a vontade de retornar em breve!
Obrigado a cada um que participou do fim de semana.
Agora é preparar para começar a ajeitar as coisas e mudar novamente.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Dias 19 e 20. (Desabafo)

Dois dias, duas sensações, inúmeras emoções...
Ontem, logo ao amanhecer, corri para ajeitar as minhas coisas.
Preparei a mochila, verifiquei baterias, cartões de memória, pilhas...
Check-list...Tudo OK!
Partimos para São Paulo por volta de umas 16 horas.
Lá encontramos um pequeno movimento que parecia não desistir do Brasil.
Tudo bem, a tarifa já havia sido conquistada, mas, a propósito, não são apenas os vinte centavos.
Fizemos por cerca de três horas ou até mais, uma caminhada de uma ponta a outra da Avenida Paulista pelo menos umas dez vezes.
Em nenhum momento houve um voluntário a quebrar as regras da civilidade e cometer qualquer ato de injúria contra qualquer coisa que estivesse pela frente.
Os gritos eram diversos, porém um, apenas um, me chamou a atenção.
"Que coincidência, não tem polícia, não tem violência..."
Fiz as minhas fotos, registrei os momentos que eu pensava que deveria ter registrado.
E, após alguns momentos, para não deixar de ser o que eu sempre fui.
Me uni aos gritos, me uni aos manifestos.
Gritei, parei trânsito. Sou assim. É parte integrante da minha alma lutar por o que é certo.
Voltei para casa com a alma lavada, mas sabendo que era só um dia entre tantos outros que virão.
Não consegui dormir.
Varei a noite estudando, lendo, pesquisando, ...
Vi o dia amanhecer e um aperto forte me veio ao peito.
Lia em declarações de amigos que o dia da cidade de Salvador parar era aquele.
A cada comentário uma preocupação a mais.
Acreditem, estar longe é muito pior do que estar entre bombas e balas de borracha.
Imaginar os momentos de medo e desespero.
Eu fechava os olhos e enxergava a reação de cada um de vocês.
Conforme passava o tempo a angústia era maior...
Eu queria notícias. Eu queria saber que todos estavam bem.
Eu queria a certeza de que ninguém havia se ferido.
Me preocupava com cada um de vocês e me preocupava também com cada um dos que eu não conheço.
Ver tudo pela internet. Ao vivo. Eu ficava com olhos fixos em cada movimento de cada pessoa.
E o sentimento de ódio aflorando cada vez que uma bomba explodia, cada momento que um daqueles soldadinhos de chumbo apontavam suas armas para vocês.
Eu sei que são tempos de mudanças e que os acontecimentos de hoje provavelmente se repetirão em outros dias.
Em um momento reconheci um amigo, fotógrafo, passando na frente da câmera, o vi bem, cumprindo o seu papel. Por alguns segundos o peito se encheu de orgulho.
Mas em questão de segundos a revolta tomou conta novamente de mim.
E ainda estou.
Sinto revolta por saber que muitos estão lutando por algo que é de direito nosso e que grande parte das pessoas que não pensa em se instruir os chamam de vândalos, de agressores, de baderneiros (concordo que existam todos esses, porém são casos muito mais isolados do que parece).
Sinto revolta por estar longe e não poder me unir aos meus irmãos, amigos, cúmplices.
Sinto revolta por ver e saber que tanta coisa que está errada está ai para que todos vejam e as pessoas continuam se fingindo de cegas.
Aos meus amigos, que vocês não abaixem as cabeças, que continuemos juntos a lutar, uma hora há de se mudar, uma hora tudo isso terá valido a pena.
Obrigado por me encherem de orgulho mesmo que com ele venha toda a preocupação que senti.
Como diria um poeta e que ficou eternizado para mim na voz de um irmão poeta: "Coragem, Coragem, Coragem!"
Vos amo.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Dias 17 e 18.

Acompanhando de longe todos os movimentos.
Preparando para um ato grandioso.
Cliques, flashs, nada irá faltar.
E no fundo, uma marca roxa no peito.
Uma saudade que não para de doer.
E ela me dá força de lutar.
Luto por tantos ideais.
Não te abandonarei jamais.
Não estou feliz e isso é notório.
Mas em pensar que estou agindo alivia a tristeza.
Pensar que é uma luta em comum arranca de mim sorrisos.
Me arrepio ao ver vídeos.
Choro de soluçar em alguns momentos.
E ver toda a movimentação vinda de lá e eu estando cá, distante.
Choro ainda mais.
Em breve estarei por lá. Perto de todos.
Querendo estar perto de você e sem saber como será.
Esperando que o futuro chegue logo.
Lutando pelo presente.
Enquanto isso deito e descanso, pois dormir está cada dia mais complicado.
Em silêncio mantenho meu grito de amor por você.
Não consigo me enganar, nem aos outros.
As vezes me afasto de todos por isso.
Mas com o tempo vou voltando.
Outras ideias, outras vontades.
Uma eterna esperança e lembrança.
Em breve estarei por ai.
E quero te olhar nos olhos.
Ver se arranco um sorriso.
Um brilho.
Enquanto isso, volto a descansar!

domingo, 16 de junho de 2013

Dia 16.

Dia de arrumar a casa.
Dizem que para arrumar a vida você tem que fazer isso primeiro.
Feito.
Baguncei tudo e comecei a arrumar.
Corri para festejar e tentar camuflar as confusões.
Sabia que ainda tinha muito para arrumar.
Ao chegar em casa uma surpresa.
A parte mais bagunçada da vida estava começando a se arrumar.
Uma mensagem que me fez voltar a respirar aliviado.
E um sentimento ambíguo pairou sobre mim.
De um lado a felicidade de poder ler tudo o que eu já imaginava.
De poder te ver feliz e bem.
Do outro lado o sentimento que me faz ter vontade de dormir sem ter sono.
Corri para a cama e cá estou eu.
Rolando.
Enrolando.
Deixando rolar.
Lágrimas salgadas correm face abaixo, como outras vezes aconteceu com a tua presença.
De soluçar.
Mas vai passar.
Sempre passa!

Dia 15.

Hoje se completam 15 dias desde a primeira postagem.
O teor é sempre o mesmo.
Dias só.
Conheci pessoas bem bacanas nesse intervalo de tempo e até tenho conseguido sorrir mais do que o comum.
Tenho tido momentos e noites agradáveis.
E tenho estado até certo ponto feliz.
Mas hoje, após as primeiras horas da manhã, após sair e retornar.
Sentar em casa e ver o tempo passar foi bem difícil.
Senti literalmente o mundo girar suavemente de tão parado que eu estava.
E parar me faz aguçar os sentidos.
Grande parte do dia chorei.
Chorei com o povo vaiando.
Chorei com vídeos de manifestos na internet.
Chorei com os amigos organizando a nossa luta.
Chorei pela distância.
Chorei pela saudade.
Chorei.
E veio a dor de cabeça.
Vieram as crises de espirro.
E veio a saudade novamente.
Deitei, chorei, dormi.
Acordei no meio da noite.
Por diversas vezes te chamei.
Ninguém.
Nada.
Só.
Outra vez, só.

sábado, 15 de junho de 2013

Dia 14. (14 de Junho - Ato contra aumento das passagens)

Acordei.
Andei.
Andei muito.
Resumindo: De casa até o antigo emprego no centro da cidade. De lá de volta para perto de casa, dessa vez no curso. Do curso para a praça e ai começa o dia...
Reunião.
Pessoas chegando.
Pessoas que não se conhecem...Pessoas que se conhecem...
Tantas outras chegando de todos os lados.
A praça vira uma confecção de cartazes.
Uma comunhão de ideias.
Todos com um mesmo objetivo.
Gritar!
Uma só voz. Todos juntos.
Andamos. Gritamos. Cliquei.
Quase fui atropelado, eu e tantos outros.
Ao longo do caminho recebemos apoio.
Recebemos também pessoas contra.
Mas não nos abatemos.
Seguimos.
E na volta, para completar o sentimento, de uma janela surgiram fogos.
As pessoas nas suas casas nos viram, nos escutaram e por fim, nos apoiaram fazendo barulho também.
Buzinas, aplausos.
Valeu a pena.
Só não pode parar.
#oGiganteAcordou.

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Dia 13. (13 de Junho)

Acordei decidido a por pontos em muitas histórias.
Cansei de me calar.
Voltarei a erguer punhos e gritar.
Mas para isso preciso gritar por mim.
Então fui ajeitar a vida.
E quão bom é sair dos lugares de cabeça erguida.
A sensação de que o dever do dia a dia foi bem feito.
Escutar que as portas estarão sempre abertas para você, isso vale muito.
Enaltece o ser.
Resolvi caminhar.
Uma hora e meia de caminhada.
Alguns muitos quilômetros.
Observar é um esporte maravilhoso.
Passar em um outro lugar apenas para dizer até breve e ter a mesma recepção, e sair novamente de cabeça erguida e de portas sempre abertas.
Sensação de que tudo o que foi vivido valeu a pena.
Caminhar sob as finas gotas de garoa.
Afinal aqui é uma extensão da tal terra dela.
Respirar o ar frio, que ano atrás parecia cortar as narinas, e sentir um certo cheiro de vitória.
Bom demais.
Chegar em casa, olhar todos os cantos dela, ver tudo o que foi vivido e em tom de despedida despejar algumas gotas de lágrimas de alegria com tristeza.
Sabe? Parecendo soro caseiro, pequenas doses de sal e açúcar.
Momentos bons e ruins.
Casa completa e casa hoje vazia.
Perceber que o tempo está acabando.
Nas paredes marcas e sons que muitos que entrarão por aqui perceberão!
Faz falta. Mas há de passar.
Boa noite.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Dia 12.

Dia frio.
Dia cinza.
Com gotas salgadas caindo céu e molhando os meus lábios.
Os olhos estiveram marejados por horas.
Um recado, sem resposta.
Muitas perguntas, sem resposta.
E já que não hão de existir, parto-me.
Em vários.
Um deles consegue até sorrir aos outros.
O outro, ao escutar críticas, sucumbe a elas.
E o último dessas tantas partes no escuro se esconde.
Enrola-se num cobertor.
Com dor.
Com medo.
Só.
Freta um avião ilusório.
Segue.
Mas não vai.
Então fica e chora.
Boa noite.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Dia 11.

Um dia onde tinha tudo para não ter nada para dizer.
Pois não sai de casa para nada.
Até deveria, mas não o fiz.
Porém, no fim do dia, lá para as tantas da noite.
Descubro algo que me faz sorrir.
Não sei se tudo terminará bem.
Mas, na ficção, quando não é real, termina.
E querendo ou não, entretendo-se com tais ficções, acabamos por acreditar que tudo poderá terminar bem.
Ainda dói. Mas agora bem menos.
Essa é a vantagem de ser invisível.
Boa noite.

terça-feira, 11 de junho de 2013

Dia 10 (10 de Junho).

Um dia sem muitas luzes.
Sentado grande parte dele.
As rugas parecem querer saltar face a fora.
Definitivamente descobrindo o teor da palavra "stress".
Sentindo falta do ser.
Ser falta do sentido.
Sonhar de olhos abertos e ainda assim ter pesadelos.
E recordar para deixar de ter.
Respirar esse ar ainda dói.
Olhar a porta da curva e, ao abri-la, enxergá-la vazia, dói também.
Algumas coisas ainda estão nos seus lugares.
Outras ainda estão na memória.
E quase todas as outras ainda estão no peito!
Sinto.
Falta.
Dói.
Dó.
Boa noite.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Dias 08 e 09. (Fim de semana)

O dia começou tarde no sábado.
Ou será que o sábado começou tarde no dia?
Uma manhã inteira ligado ao inalador.
Depois alguns telefonemas.
Tudo pronto para domingo.
Só precisava de descanso. O corpo pedia repouso.
Feito.
Um encontro.
Doce encontro.
E para contemplar o fim dele.
Um doce bem doce!
A volta pra casa nas ruas escuras e vazias.
Até bem pouco tempo estava assim a vida.
Mas, aos poucos, cores vão surgindo novamente.
Não que a saudade tenha passado, mas, é que a cabeça tem se acostumado.
Cabeça no travesseiro.
Olhos pregados.
Ansiedade à flor da pele.

...

E ao amanhecer mais cedo que o comum.
Amanhecer antes mesmo do sol resolver acordar.
A certeza de que o dia seria muito longo.
Entre às dez até as vinte, muita correria.
Flashs, cliques, ângulos, linhas, enquadramentos.
E no meio disso tudo, risos, olhos, maquiagens, matos, comida.
E voltava para os cliques.
Ora voltava para os olhos.
E parava.
Sentava.
Mas respirar não dava.
E voltava a correr.
Subia, descia, se pendurava.
Pausa para contemplar o sol descer.
Pausa para clicar as luzes da cidade.
Pausa para olhar olhos novamente.
Clicar.
Arrumar.
Carregar.
Descer o morro.
Sorrir.
Chegando em casa. Banho gelado.
Acordado olhando cada clique por vez.
Acordado olhando cada olho por vez.
Acorda....ahhhh(bocejo)...do.
Dormindo.

sábado, 8 de junho de 2013

Dia 07. (07 de Junho)

Começar o dia sem ter terminado o dia anterior me desconcerta.
Ainda mais quando se começa descobrindo que, por conta dos erros alheios, você deve pagar.
Mas ai você resolve lavar as mãos e ir pra casa.
E ao chegar em casa você percebe que ainda está vivendo o dia anterior.
Um banho.
Um leite morno.
Cama.
Hora de colocar as horas no horário certo.
E quando se dá conta, lá se foi o dia todo.
Viver da noite novamente.
E o dia?
Deixa pra viver ele amanhã.
Então você levanta e corre pra reunião.
E no meio da reunião, correm para o restaurante.
Alimenta.
A alma, a lembrança, o respeito e a admiração.
Ao redor da mesa pessoas que nos fazem bem.
Sorrisos.
Voltar pra casa e me perder na noite pelas ruas.
Caminhar no meio da madrugada.
As lembranças que doíam ainda estão ali.
As recentes, que fazem bem, também estão.
Como o certo e o errado, o claro e a escuridão.
Os sentidos estão.
Embaralhados.
E a saudade aperta.
A vontade também.
Boa noite.

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Dia 06.

Um dia mais que agitado.
Sai de casa lá pelas onze da manhã para fazer umas fotos que não foram feitas.
O que já parece se tornar mais uma rotina.
Então resolvi ficar estudando até o horário do outro compromisso.
Assim feito, a intenção era que tudo acabasse rápido.
Boas companhias, boas risadas, boas conversas...
E a descoberta que tenho sido mais do que guerreiro sozinho por aqui.
Eu que achei que sorrir estava difícil, descobri hoje que até que estou sorrindo muito.
Tarde de fotos em um lugar até então desconhecido.
E quando me dou conta, ao invés da hora de vir pra casa, é a hora de ir para o trabalho.
Mais uma madrugada em claro.
É claro. Não poderia ser diferente.
E amanhã, como de costume e de rotina, sem descanso.
Mais algumas horas sem dormir e a certeza de que zumbis existem.
E a pergunta continua...
Como ainda consigo sorrir?
Tanta gente, tanta coisa pra fazer e um tanto quanto vazio.
Obrigado por me esquecer!

Dia 05. (05 de Junho)

Uma mensagem me despertou.
Arrancou-me um sorriso.
Aproveitei para ir arrumar as coisas.
Cozinha, sala, banheiro...
Lavei a louça.
Tomei banho e sentei para a hora passar mais rápido.
Liguei, liguei, liguei...
Nada aconteceu.
Resolvi sair, comprei o doce do dia.
Ganhei mais doces ainda!
Durante algum tempo uma fuga aconteceu.
Foi bom. Estava precisando de sorrisos.
O trabalho me chamou.
Corri para o estúdio.
Sentei e esperei.
Odeio quando se atrasam.
10 minutos, 30 minutos...O que dizer de uma hora e trinta?
Tudo bem.
Esperei.
Outra mensagem. Outro sorriso!
Trabalhei.
Conversei.
Aula começou.
Estudei.
Produtor de set.
Conversei.
"Invejei".
Aula terminou.
Carona pra casa.
Enfim dormir...Outra mensagem. Outro sorriso.
Boa noite!

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Dia 04. (04 de Junho)

Hoje começou tudo muito cedo.
Corre pra levantar, corre pra tomar banho, corre pra chegar no trabalho e para pra descobrir que seu horário não é o que você pensava.
Então:
Corre pra pegar o ônibus, corre pra chegar no curso.
Freia.
Respira.
Estuda.
Corre pra casa pra fazer comida, corre pra tomar banho, corre pra brincar com o gato, corre pra limpar a casa e corre de volta para o trabalho.
Freia.
Respira.
Trabalha.
Corre pra trocar de roupa, corre pra pegar o ônibus, corre pra ir no banheiro (apertadíssimo), corre pra consertar o varal.
Freia.
Corta o pé.
Respira.
Corre para lavar as roupas, corre para estender as lavadas, corre para dobrar as passadas, corre para separar as que serão doadas.
Freia.
Respira.
Pisca.
Acabou o dia.
Então, corre pra cama e para pra descobrir que seu horário de dormir não é mais esse, pois você acaba de perder o sono.
E as lembranças da casa cheia, a lembrança das borboletas do estômago, a lembrança de receber e dar sorrisos todas as noites antes de dormir.
Corre pra esquecer, mas não adianta. Nunca esquece!
Boa noite.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Dia 03.

Venho percebendo que não mais tenho vontades de acordar.
Bem como me falta a vontade de dormir.
No silêncio, no escuro, um deserto de sentimentos.
Após muitos e muitos anos voltei a ver vultos perambulando por todos os cantos.
Escuto sussurros em meus ouvidos, sussurros conhecidos que me mandam reagir e outros tantos desconhecidos me mandando desistir.
Sinto, à flor da pele, uma emoção diferente de todas que já senti.
Até bem pouco eu conseguia transparecer algo que não era eu, mas não hoje.
Hoje eu deixei claro para todos que quiseram prestar atenção de que estou cansado.
O que era para mim, o melhor momento que me restara, hoje tornara-se um martírio, tanto que não aguentei ficar por lá.
Fugi cedo. Cá estou eu. Sozinho novamente com os meus pensamentos, com os meus muitos vultos a me cercar.
Com uma vontade imensa de parar...

Dia 02.

Acordei atrasado e tive que sair correndo para o trabalho.
Tudo era tão mais divertido antes.
Chegar no ponto do ônibus e te ligar para saber quanto tempo ele demoraria.
Hoje, tudo tão mais vazio.
Me sento na sala. Me sento no quarto. Me sento em qualquer lugar da casa.
A única coisa que escuto é o silêncio sepulcral que cerca os meus pensamentos.
Ninguém para falar. Ninguém para ver.
E lá no fundo, aquela esperança de te ver entrando por aquela porta novamente!
Dia frio.
Agora estou eu aqui e o gato ali. Um virado para cada lado.
Pensamentos de que somos só nós a sós e que será assim por todo o tempo!
Esse silêncio me machuca.

sábado, 1 de junho de 2013

Primeira postagem: Dia 01.

Hoje passei por maus bocados.
Senti novamente na pele a dor de estar sozinho em um lugar de estranhos.
Trancado em casa.
Num canto escuro de um quarto que há pouco mais de um mês era iluminado pelo que parecia ser um sentimento puro e real, mas que, por algum motivo ainda desconhecido, tornou-se algo gélido e unilateral.
Dói.
E a cada dia dói mais.
Hoje é o dia em que você deixou de ser parte integrante do meu "nós", tal como eu deixei de ser parte do seu.

Boa noite.